O que é Prototipação de Software?

A prototipação pode ser definida, como uma técnica ou processo, que tem como objetivo, demostrar e validar o entendimento de ideias e conceitos. O termo prototipação, tem origem grega, e em tradução livre, pode ser compreendida como a junção de dois outros termos: “Prótos”, que significa: primeiro e “Týpos,” que significa: modelo. Sendo assim, a prototipação pode ser compreendida, como o primeiro modelo de uma ideia.

Na área de desenvolvimento de software, a prototipação ocupa um papel fundamental, pois, será através desse processo, que as ideias serão colocas em prática, visando, sempre, facilitar a compreensão de um sistema ou aplicação. Além de servir como um primeiro esboço, ela permite que o processo criativo das equipes seja potencializado e que as ideias possam amadurecer. Por ser um método bastante abrangente, pode ser usado para indicar, desde rabiscos em um papel, até interfaces de alta fidelidade.

Segundo Roger Pressman, em seu livro intitulado, “Engenharia de Software”, os processos de prototipagem, devem ater suas preocupações, a como o software poderá ser desenvolvido do ponto de vista tecnológico, compreendendo, de forma objetiva, quais serão as necessidades, funcionalidades e requisitos do sistema.

Através da prototipação, se torna possível, propor soluções adequadas e personalizadas aos problemas de cada cliente, o que faz com que a percepção de valor sobre o serviço prestado aumente, e que conceitos e funcionalidades do software, sejam apresentadas de modo acessível e objetivo.

Por meio da materialidade proposta pela prototipação, os clientes e usuários, poderão não apenas compreender o projeto, mas também, contribuir com suas percepções sobre segurança, funcionalidades, e discordâncias a respeito do modelo apresentado.

Já os profissionais envolvidos no projeto, como, a equipe de desenvolvimento, os profissionais de Design, em especial os UX designers, poderão utilizar o processo de prototipação, para analisar como as funcionalidades estão distribuídas, se a organização do layout está adequada, e se o sistema oferecerá uma boa experiência para o usuário.

A prototipação, também é vista como grande aliada das metodologias ágeis, pois contribui diretamente para um maior alinhamento entre os profissionais e o cliente. Como no caso do Design Thinking, onde a prototipação é considerada uma das etapas do método, onde as ideias saem do campo abstrato das ideias e passa para o mundo físico, se tornando a representação primária de uma ideia ou conceito e permitindo que questões levantadas pelo projeto sejam respondidas ou não. Segundo Molly Nix, em seu livro sobre designer de produto, ela afirma: “Um bom protótipo, é um protótipo que te ajuda a responder às questões que você possui.”

A partir do protótipo, poderão ser realizados ajustes e adequações. Permitindo que as expectativas e objetivos estejam alinhados e que a qualidade do produto final seja aprimorada e otimizada.  

Outro ponto importante sobre a prototipação nos processos de desenvolvimento de software, é a possibilidade de reduzir riscos através de validações frequentes. Segundo, Jakob Nielsen, um dos fundadores da Nielsen Norman Group, “estima-se que seja 100 vezes mais barato fazer mudanças antes de escrever qualquer código, do que realizá-las após a implementação”.

Exemplificação da Redução de Custos com Prototipação

De forma sucinta, a prototipação no desenvolvimento de software, tem como principal função, avaliar as ideias levantadas e validar, ou não, os requisitos determinados. Dando uma forma física, as ideias que até então, estavam no campo mental.

Porém, existes diversas maneiras de realizar a prototipação, e diferentes níveis de fidelidade de protótipo podem ser atingidos, tudo dependerá da necessidade e do contexto em que se encontram. Abaixo, iremos apresentar os tipos de protótipos, seus conceitos e aplicações.

Tipos de Protótipos: modelos de prototipação e seus níveis de fidelidade

A prototipação pode ser realizada de diversas maneiras e apresentar diferentes níveis de fidelidade. Podendo gerar protótipos, em uma folha de papel, ou concepções mais elaboradas e mais próximas da solução final, geradas através do uso de softwares especializados. Algumas estratégias de prototipação, já estão mais consolidadas no mercado, e permitem que a demonstração das ideias e conceitos, seja realizada de forma flexível e inteligente.
 As estratégias de prototipagem, podem ser divididas em três principais categorias de: baixa, média e alta fidelidade em relação ao sistema final.

Protótipos de baixa fidelidade – Wireframes e Rascunhos

Os protótipos de baixa fidelidade, são representações conceituais de uma ideia e também são conhecidos como: rascunhos, wireframes ou sketches. Normalmente, são representações desenhadas à mão, em um papel ou com ajuda de post-its.  Os protótipos dessa categoria, apresentam informações como, características da interface e usabilidade do sistema.

Por serem protótipos de baixa fidelidade, tendem a ser desenvolvidos de forma rápida e usados como base pelos profissionais, para auxiliar nas reuniões com desenvolvedores, lideres técnicos, tomadores de decisão e usuários, sobre as características desejáveis e as soluções mais adequadas ao projeto.

Este é um tipo de prototipagem considerado simples, pois, as criações e modificações, podem ser realizada de forma rápida. Outro atrativo dessa categoria, é que, devido ao baixo investimento de tempo e de recursos, o custo dessa solução é baixo, tornando-a uma das soluções mais baratas do mercado.

Geralmente, esses protótipos são usados no início dos projetos, pois permitem que muitas informações importantes sejam obtidas, e diversas dúvidas sejam sanadas. Além, de serem ótimos para a testagem e validação de conceitos, funcionalidades, fluxos e jornadas e para serem usados como base na construção de protótipos de maior fidelidade.

Por outro lado, esse modelo de prototipação pode exigir um esforço maior de imaginação do usuário, devido a sua baixa fidelidade. Nesse modelo, os protótipos não possuem elementos visuais definidos e as interações são mais limitadas. Servindo, muito mais para provas de conceito, funcionalidades e fluxos, do que, para um teste final de usabilidade.

Entre as principais ferramentas para esse tipo de prototipagem, podemos destacar:

  • Papel e Caneta;
  • Quadros;
  • Post-its;
  • Pencil Project;
  • Balsamiq Mockups;
  • Marvel App;
  • OmniGraffle e
  • Figma

Protótipos de Média Fidelidade – Mockups

A categoria de média fidelidade é formada por protótipos mais próximos do sistema final idealizado, se comparados aos de baixa fidelidade, por isso, demandam de mais de tempo para serem elaborados. Normalmente, são criados através de softwares, que permitem simular e testar o comportamento do sistema, através de interações de funcionalidades e usabilidade, que serão essenciais para melhorias de user experience.

Apesar de ser uma solução mais elaborada e de demandar mais tempo dos profissionais, o custo desse tipo de protótipo continua relativamente baixo, se comparado a protótipos de alta fidelidade.

Entre as principais ferramentas utilizadas para desenvolver protótipos nesse nível de fidelidade, podemos destacar:

  • Sketch;
  • Figma;
  • InVision;
  • Adobe XD;
  • Axure RP;
  • GIMP;
  • Framer;
  • Origami e
  • UxPin

Protótipos de alta fidelidade

Os protótipos de alta fidelidade são os modelos mais próximos do resultado e da experiência final do software. Normalmente, são utilizados para obter dados mais fidedignos durante os testes de usabilidade, e possibilitam, que pontos mais específicos, como fluxos, elementos gráficos e visuais, e pequenas interações sejam analisados. Além, de auxiliar a equipe, na identificação de novos requisitos, oportunidades e possíveis dificuldades.

Esse modelo de prototipação, geralmente, é desenvolvido através de linguagens de programação, programas de Design e ferramentas de codificação, que permitem que os profissionais possam apresentar uma interface semelhante à final e algumas das funcionalidades com um alto grau de interatividade.

Neste tipo de prototipagem, algumas partes do sistema já podem ser implementadas, gerando custo maior para sua elaboração, pois, demanda de mais tempo e maior conhecimento técnico para ser produzido. Porém, apesar o investimento ser maior, se comparado com os modelos anteriores, ele também é o modelo que oferece o maior grau de realismo e interatividade.

Existem diversas ferramentas para construção de protótipos de alta fidelidade, os mais comuns são:

  • Sketch;
  • Figma;
  • AdobeXD;
  • InVision;
  • Framer;
  • Bootstrap Studio;
  • Pingendo;
  • BootPlay;
  • Thunkable e
  • Bubble.

Importância e benefícios da prototipação no desenvolvimento de softwares

A etapa de prototipação é muito importante no desenvolvimento de software, pois, é através dela que se torna possível realizar a verificação se a solução é eficiente e se está adequada as necessidades do cliente e do usuário. Além, de permitir, que a equipe de profissionais, possa avaliar a melhor abordagem, e eleger as ferramentas mais alinhadas ao perfil do projeto. Evitando riscos desnecessários e garantindo uma entrega alinhada com as demandas estabelecidas.

O processo de prototipação, auxilia diretamente no entendimento sobre o propósito do software. E se realizado de forma correta, permite uma maior compreensão sobre os conceitos de planejamento, viabilidade e execução por parte dos envolvidos. Sendo assim, as chances de o produto final estar dentro das expectativas do cliente serão muito maiores, pois, o processo de prototipação, permite que o cliente valide e realize todos os testes antes da implantação.

A fase de prototipação também pode ser realizada em diferentes momentos, auxiliando para que falhas sejam encontradas de forma rápida, e contribuindo para uma solução de software mais assertiva.

Abaixo, iremos listar os principais benefícios da prototipação no desenvolvimento de software:

  • Contribui para a melhoria da comunicação entre a equipe, clientes e usuário final;
  • Permite que a visualização do modo como a solução será utilizada pelo usuário e possibilita que o planejamento de cada recurso seja mais eficaz;
  • Reduz os riscos no desenvolvimento do sistema, pois, os objetivos podem ser definidos com maior precisão;
  • Otimiza investimentos na criação da ferramenta através da eliminação de erros identificados durante o processo de prototipação;
  • Aumenta a agilidade na entrega de resultados, através de um planejamento melhor estruturado com bases em informações oriundas dos processos de prototipação;
  • Permite a identificação dos requisitos que não foram aplicados de forma ágil e assertiva; e
  • Potencializa as análises de user experience do software;

Vale ressaltar que a criação de um software é um processo complexo e que necessita de várias etapas. A prototipação é uma etapa que poder gerar muitas melhorias para o produto e evitar que muitos erros sejam cometidos. Porém, para garantir que o processo seja eficiente, o tipo de protótipo deve ser pensado com cuidado. Abaixo, você terá mais informações sobre como escolher o melhor modelo de prototipação para o seu projeto.

Qual tipo de protótipo devo escolher para o meu projeto?

Para responder essa pergunta, partimos do ponto de que não existe um método de prototipação perfeito que se aplique a todos os projetos.   A escolha do tipo de protótipo, vai depende de diversas variáveis, como, tempo e cronograma do projeto e nível de maturidade do produto. A escolha pelo modelo de prototipação, deve ser guiada por conceitos como: otimização do trabalho e potencialização de conhecimentos e resultados.

A etapa de prototipação irá facilitar os processos de validação e auxiliar na identificação de limitações e problemas no software. Por isso, é muito importante que a escolha sobre o modelo de prototipação, seja realizada de acordo com as necessidades do cliente e do projeto. Tornando mais fácil e assertivo, o processo de avaliação das funcionalidades do sistema, os requisitos de negócios, e a obtenção de informações que serão utilizadas como suporte na tomada de decisões.

Abaixo, iremos listar, alguns dos principais pontos, que devem ser considerados antes da escolha de um modelo de prototipação:

  • Identificação do perfil da equipe e da infraestrutura da empresa: Antes de qualquer ação, é necessário, que o perfil da equipe de profissionais e a infraestrutura da empresa sejam analisados. Identificando, como a equipe está estruturada, qual é o perfil técnico dos profissionais e quais são as soluções que estão disponíveis para criação do protótipo. A partir desta análise, será possível avaliar quais serão as melhores técnicas e ferramentas para que a equipe possa realizar a criação de um bom protótipo, com agilidade e qualidade. Evitando, assim, investimentos desnecessários na aquisição de novas ferramentas, que os profissionais não possuem domínio e o treinamento dos mesmos.
  • Avaliação do tipo de interface: Ao realizar a avalição do tipo de interface que será prototipada, será possível selecionar o modelo com melhor custo-benefício para o seu projeto. A escolha pelo modelo de prototipação, dependerá dos objetivos da equipe. Em alguns casos, por exemplo, em uma interface mais simples, um protótipo de baixa fidelidade será suficiente para determinada etapa do projeto. Em outros momentos, o mesmo projeto, poderá demandar um protótipo mais interativo. O importante, é que todos eles, possam gerar insights inteligentes e alinhamento de expectativas entre os envolvidos.
  • Identificação dos níveis de fidelidade necessários para a etapa do projeto: Como vimos anteriormente, cada tipo de prototipação apresenta um nível de fidelidade diferente. Por vezes, tendemos a acreditar, que quanto maior for o nível de fidelidade do protótipo, melhor será para o projeto. Porém, dependendo da etapa em que o projeto se encontra, não existe a necessidade de exibir todas as características básicas do sistema com os mínimos detalhes, evitando assim, que tempo, energia e recursos, sejam desperdiçados.  A análise das necessidades para cada etapa do projeto, auxiliam os profissionais, a realizar um protótipo com menos riscos e realizar a entrega de resultados mais alinhados com as demandas e expectativas do cliente.
  • Definição de compartilhamento do protótipo: Conforme o perfil dos profissionais que irão trabalhar com o protótipo, alguns modelos não serão necessários, ou apropriados. Sendo fundamental, conhecer quem serão os envolvidos no projeto e que trabalharão com o modelo naquele momento. A partir disso, será possível definir a melhor abordagem e gerar um melhor aproveitamento das informações oriundas de determinado modelo de prototipagem.

Conclusão

Conforme foi possível perceber no decorrer deste artigo, a fase de prototipação no desenvolvimento de software é indispensável para um projeto, pois, com ela, é possível realizar a redução dos riscos de falhas, agilizar os processos de modificações e agregar valor ao relacionamento com o cliente.

Sendo assim, indicamos que conforme o possível, se busque informações e conhecimentos sobre os diferentes modelos de prototipação, e que se avalie o melhor momento para utilizar cada método. Lembrando, que não existe o melhor protótipo do mercado, apenas o mais adequado para as etapas e variáveis de cada projeto.

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