A história do desenvolvimento de software foi marcada por um crescente aumento na demanda e pela necessidade de organização para atender melhor aos clientes. Afinal, com mais pessoas precisando de soluções, as companhias deveriam começar a investir em rapidez, produtividade e otimização de processos

Diante disso, surgiram os Métodos Ágeis.

Essas formas de estruturar operações são bastante conhecidas por serem efetivas e por ajudarem a transformar o ambiente de produção, reduzindo custos operacionais, minimizando erros e aumentando a flexibilidade.

No decorrer deste artigo, você vai entender como esses métodos podem gerar esses e outros benefícios para o seu negócio.

O que são métodos ágeis?

Os métodos ágeis se contrapõem ao tradicional modelo de gestão de projeto — conhecidas como Cascata (Waterfall) — que se baseia em uma sequência de fases bem definidas e rígidas, onde a entrega do produto é feita apenas ao final de todo o processo.

Através dos métodos ágeis, são definidas estratégias de desenvolvimento que focam na redução de tempo e de complexidade nos processos, para gerar mais valor ao cliente.

São caracterizadas por ciclos menores e iterativos de codificação — no estilo de um clássico princípio de programação: “dividir para conquistar”.

Assim como o foco na melhoria e evolução contínua do produto antes da entrega final, a partir de um levantamento mais eficiente de requisitos, com ajustes dinâmicos em todas as etapas.

Nesta metodologia, o produto pode — e deve — ser apresentado ao cliente, em suas diferentes fases de produção.

Dessa forma, as equipes se preparam melhor para possíveis mudanças e alterações no projeto, garantindo consistência e menor margem de erros no produto final.

História do desenvolvimento

Vamos relembrar um pouco: na década de 1970, a chamada crise do software movimentou a indústria e gerou uma forte demanda por uma sistematização e documentação dos processos. Eventualmente, isso se tornou a engenharia de software.

Inicialmente existiam vários problemas no desenvolvimento de softwares, que envolviam:

  • custos descontrolados
  • prazos longos demais
  • cancelamentos inesperados
  • pouca clareza e conhecimento de requisitos
  • pouco suporte à manutenção. 

Assim, a demanda por software não era devidamente suprida.

Aos poucos, o desenvolvimento se tornou mais estruturado, principalmente com o surgimento do modelo cascata.

Como pontuamos anteriormente, é um modelo marcado por etapas rígidas e sequenciais, desde a análise dos requisitos à finalização. 

Uma das principais dificuldades nos softwares desenvolvidos através desse modelo tradicional, era o fato de que os erros descobertos eram acumulados entre as fases, sem o tratamento correto, pois o sistema era inflexível demais.

Desta forma, os produtos chegavam ao final da produção com diversos erros de forma que, muitas vezes, não atendia — ou atendia mal — às expectativas e necessidades do cliente.

As metodologias ágeis surgiram nesse contexto, para gerar mais flexibilidade e facilidade de mudanças. 

Com elas, foi possível atender a uma produção dinâmica, com maior complexidade e consistência, mas também menos custos, o que ajudou a gerar sistemas melhores e mais acessíveis. Proporcionando inovação, competitividade e diferenciação no mercado, para as empresas que utilizam os métodos ágeis.

Métodos Ágeis X Cultura Ágil

Método Ágil e Cultura Ágil andam de braços dados — ou pelo menos deveriam — mas, diferente do que muitos acreditam, não se tratam da mesma coisa.

A cultura ágil se refere à cultura organizacional da empresa. Ela está ligada aos princípios, valores, hábitos e comportamentos da empresa.

Enquanto os métodos ágeis se referem às estratégias de desenvolvimento, aos tipos de ferramentas utilizadas.

Nesse aspecto podemos dizer que a cultura é para o método, como a mente é para o corpo.

Desta forma, os dois pontos precisam estar bem alinhados para que a empresa consiga tirar o máximo proveito das metodologias ágeis!

Vemos que muitas empresas tentam adotar estratégias e ferramentas do método ágil, sem implantar a cultura ágil na empresa. As equipes continuam com pouca comunicação e as hierarquias muito engessadas, mantendo uma operação completamente verticalizada.

Ainda assim, eles experienciam alguns benefícios trazidos pelas metodologias ágeis, mas não de forma completa!

Quais são as principais metodologias ágeis?

Scrum

A metodologia Scrum é a mais popular. 

No Scrum, as equipes definem papéis hierárquicos para cada membro, inclusive um que é colocado como o dono do projeto, que representa os interesses do cliente.

Ela é marcada por uma forte organização de prioridades — conhecida como backlogs — traduzida em uma sequência de sprints: as fases do desenvolvimento.

Assim, o time trabalha com focos reduzidos, etapa a etapa, buscando o cumprimento de metas específicas. Ao fim de cada sprint, é feita a revisão do que foi feito e a apuração se o objetivo foi cumprido.

Lean

Nesse modelo, o objetivo principal é reduzir custos e desperdícios, bem como a complexidade do projeto inteiro. 

A partir do compartilhamento de informações, as equipes buscam mais produtividade em pequenos estágios.

A metodologia é conhecida pelo conceito de MVP, versão funcional mais simples de um sistema. É uma forma de analisar pequenas partes de um produto para validar os resultados e avaliar possíveis oportunidades de melhoria.

Kanban

O método Kanban é bastante focado em visibilidade!

Nele, os desenvolvedores costumam criar checklists e deixar bem claro o que estão fazendo, o que já fizeram e o que farão. Assim, estipulam as metas e adquirem uma visão mais ampla de todo processo.

Este é um método extremamente simples e efetivo, utilizado pela maioria das empresas.

Smart

Essa é uma forma bem completa de estruturar os objetivos a serem cumpridos e gerenciar a qualidade deles. É um acrônimo que determina os requisitos de uma meta bem desenvolvida para que os times possam ser beneficiados com a definição prévia. 

As letras significam que uma meta deve ser:

Specific — Específica: ter um objetivo claro e direto ao ponto;

Measurable — Mensurável: estar associada com métricas, que permitam uma análise concreta; 

Attainable — Atingível: ser realista dentro do contexto;

Relevant — Relevante: ser importante para a estratégia da companhia;

Time-related — Temporal: estar associada com um prazo definido.

Quais as vantagens?

Neste tópico, vamos conhecer as principais vantagens das metodologias ágeis.

Múltiplas entregas

Uma das características é o suporte a produções diferentes e simultâneas, o que favorece o aumento da produtividade.

Por não exigir um conjunto rígido de etapas, os métodos geram flexibilidade e possibilitam que os times lidem com requisitos distintos e com projetos separados, com garantia de bons resultados em cada um.

Agilidade

O desenvolvimento se torna mais ágil, já que envolve pequenas metas a serem cumpridas.

Como esses objetivos são claros para cada membro, é possível eliminar gargalos de comunicação e estabelecer clareza no processo. 

Além disso, o processo envolve menos erros e uma flexibilidade maior, que não impede os membros de alterarem padrões e ajustarem pontos sempre que necessário.

Customização do produto

Outra grande vantagem é a possibilidade de customização e personalização do produto final.

Isso é uma característica interessante, que não era tão bem atendida antes da eclosão dos métodos ágeis, uma vez que requisitos eram inflexíveis e permaneciam fixos. 

Com os feedbacks constantes dos clientes, é possível garantir que cada pequena parte esteja de acordo com o que ele precisa e assegurar que a solução seja única.

Eficiência e economia

A economia e eficiência são pontos que valem destaque, também. As metodologias ágeis se concentram em pequenas fases, com metas realistas e atingíveis. 

Por isso, não envolvem uso de recursos para algo complexo demais. Além disso, elas são focadas em agilizar os investimentos ao alocar o necessário de recursos para cada instante, sem uma definição fixa do que vai ser utilizado no processo como um todo.

O nome da metodologia diz respeito à busca por aproveitamento total dos recursos utilizados: pessoas, tempo e tecnologias. 

A organização deve ser a melhor possível, a fim de evitar desperdícios e complicações no processo. A partir do cumprimento de pequenas metas por vez, os times chegam ao final com as partes prontas e consistentes.

Transparência e colaboração

Os clientes ganham com mais transparência e com a capacidade de colaborar com os projetos, garantindo que eles estejam alinhados com suas expectativas.

Tudo fica bem claro para as pessoas envolvidas, desde os detalhes menores aos pontos críticos do produto.

Isso gera uma relação mais saudável de confiança entre equipe e cliente, bem como resultados bem-sucedidos.

Redução de riscos

Com a melhoria do ambiente, mais suporte à agilidade e produtividade, os riscos e erros são reduzidos. 

Afinal, o estilo de desenvolvimento em pequenas fases é marcado por uma validação constante e por testes que buscam garantir a consistência do funcionamento de cada parte do sistema.

Se os erros são identificados, podem ser ajustados no momento exato, sem prejuízos para o processo, ao contrário do modelo cascata.

Satisfação do cliente

O importante é compreender que, nesse paradigma, o objetivo principal é atingir a satisfação do cliente.

Para alcançar isso, a empresa desenvolvedora busca um contato mais transparente, em todas as etapas do processo, que assegura o consentimento do cliente antes de cada decisão.

Dessa forma, o resultado é alinhado com as expectativas de quem solicitou.

O que foi o manifesto ágil?

O manifesto ágil foi um acordo de 17 desenvolvedores, em 2001, para estabelecer algumas boas práticas e princípios de desenvolvimento, o que fundamentou e sistematizou as metodologias ágeis. 

É marcado por um foco maior em comunicação, praticidade, alinhamento de expectativas e adaptabilidade.

As frases que definem o pensamento da equipe do manifesto são:

“Indivíduos e interações importam mais que processos e ferramentas.”

Software funcional importa mais que documentação abrangente.”

Colaboração do cliente importa mais que negociação de contratos.”

Responder a mudanças importa mais que seguir um plano.”

O manifesto teve como base os 12 princípios do método ágil, que são — Em tradução livre:

Satisfação do consumidor

“Nossa maior prioridade está em satisfazer o cliente por meio de entregas rápidas e contínuas de software de valor.”

Adaptabilidade

“Abraçar as mudanças solicitadas, mesmo no final do desenvolvimento. Os processos ágeis aproveitam a mudança para proporcionar vantagem competitiva ao cliente.”

Constância

“Entregar software funcional com frequência, em algumas semanas ou alguns meses, com 

preferência para a escala de tempo mais curta.”

Harmonia

“Empresários e desenvolvedores devem trabalhar em conjunto, diariamente, ao longo do projeto.”

Motivação

“ Construa projetos em torno de indivíduos motivados. Dê a eles o ambiente e o suporte de que precisam, e confie neles para realizar o trabalho.

Diálogo

“O método mais eficiente e eficaz de transmitir informações para, e em, uma equipe de desenvolvimento é uma conversa cara a cara.”

Foco em resultados

“O software funcional é a principal medida de progresso.”

Sustentabilidade

“Processos ágeis promovem o desenvolvimento sustentável. Os patrocinadores, desenvolvedores e usuários devem ser capazes de manter um ritmo constante indefinidamente.”

Avaliação contínua

“Atenção constante à excelência técnica e um bom design aumenta a agilidade.”

Simplicidade

“Simplicidade – a arte de maximizar a quantidade de trabalho não precisa ser feito – é essencial.”

Organização

“As melhores arquiteturas, requisitos e projetos surgem de equipes auto-organizadas.”

Autoavaliação

“Em intervalos regulares, a equipe reflete sobre como se tornar mais eficaz, então sintoniza e ajusta seu comportamento de acordo.”

Como aplicar métodos ágeis na sua empresa

O primeiro passo ideal para a implementação da metodologia ágil na empresa, é desenvolver uma mudança na cultura organizacional.

Mas não há dúvidas de que a ferramenta certa pode ajudar — e muito — na implantação da metodologia.

Existem diversas ferramentas que podem ser utilizadas. Ferramentas específicas para cada tipo de metodologia, que podem até atender as necessidades mais básicas no gerenciamento de um projeto.

Mas, algumas ferramentas são mais completas e permitem aplicações de qualquer metodologia ágil como o Kanban e o Scrum, por exemplo, como é o caso do Jira Software!

Os métodos ágeis foram fundamentais para mudar a história do desenvolvimento de software e redirecionar os esforços para processos mais flexíveis, personalizáveis e dinâmicos, com menos custos e prazos menores.

Assim, há um suporte à produção simultânea de diversos produtos, à otimização de processos e garantia de resultados únicos para cada cliente.

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