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Há um ponto em comum entre incidentes técnicos que viram crise: o cliente percebe antes da sua equipe. A página que “sumiu”, o relatório que traz dado sensível, a permissão que alguém ganhou “sem querer”, a exportação grande demais feita na madrugada. Em empresas consolidadas — onde tecnologia é meio para eficiência e crescimento, e não o produto principal — isso cobra um preço alto: risco de imagem, retrabalho, atraso em metas e horas caras investidas em investigação.
O Guard Detect, da Atlassian, foi desenhado para detectar atividade suspeita e conteúdo sensível antes que o problema chegue ao usuário, avisando quem precisa agir e automatizando os primeiros passos da resposta. Nesse post, vamos falar sobre como antecipar incidentes, conectando segurança a governança e valor para o negócio.
Quer saber mais? Continue a leitura!
O que é o Guard Detect — em uma frase
É um sistema inteligente de detecção que monitora, em nível de organização, os seus ambientes Atlassian (Jira, Confluence, Bitbucket e Administração Atlassian), procurando dois tipos de sinais: atividade suspeita de usuários (logins, acessos, mudanças de configuração, integrações) e conteúdo potencialmente sensível (credenciais, dados financeiros ou de identidade em páginas e issues). Faz isso como parte do Atlassian Guard Premium — não é algo que você precisa “ligar” por site, e sim configurar no topo da organização.
Onde ele “segura a onda” antes do impacto
Atividade suspeita que indica risco
O Guard Detect “escuta” eventos relevantes do seu ecossistema Atlassian. Exemplos claros: autorização e acesso (mudanças de SSO e MFA), exfiltração de dados (exportações incomuns), atividade fora do padrão (padrões de acesso anormais) e alterações em apps e integrações (o tipo de mudança que pode abrir portas sem querer). Quando os critérios são atendidos, ele dispara um alerta para o time certo — e você enxerga o que aconteceu, quando e por quem.
Conteúdo sensível antes que vaze
Outra frente é a de varredura de conteúdo em Confluence e Jira. O Guard Detect monitora criação e atualização de páginas, posts de blog e issues para identificar credenciais, dados financeiros e dados de identidade. Ao encontrar um padrão suspeito, gera um alerta com contexto para investigação — e você pode redigir (apagar) o dado sensível direto do alerta, trocando-o por uma barra sólida que indica que houve remoção (ação irreversível, por desenho). É simples, objetivo e reduz a janela de exposição.
Dica: além dos detectores prontos, você pode criar detecções personalizadas para termos específicos da sua empresa (codenames, nomes de projeto, cifras), elevando a precisão para o seu contexto.
Mudanças críticas em apps e integrações
Muitas falhas começam com “só mais um app” que pediu escopo demais, ou com uma integração que mudou de comportamento. O Guard Detect também cobre mudanças de configuração que elevam risco, ajudando seu time a agir antes do efeito dominó.
Como os alertas viram resposta — sem “gargalo humano”
De nada adianta detectar rápido se a resposta emperra. O Guard Detect se conecta às suas ferramentas do dia a dia para cortar caminho: Slack, Microsoft Teams, SIEM (como Splunk), Jira e Opsgenie. Você escolhe para onde o alerta vai, quem precisa ver primeiro e o que fazer automaticamente (abrir ticket, notificar um canal, classificar a gravidade, anexar contexto). É segurança operando no mesmo fluxo do time, não fora dele.
Um exemplo prático:
- Um colaborador cola uma senha em uma página do Confluence.
- O Guard Detect detecta o padrão, dispara um alerta e o envia para um canal do Slack do time de segurança.
- Uma automação abre um ticket no Jira com os detalhes, menciona o dono da página e adiciona um checklist de investigação.
- O analista confirma que é credencial válida e aciona a redação no próprio alerta, eliminando o dado da página.
- O ticket muda de status automaticamente e um resumo vai para o relatório executivo semanal.
O que conta como “dado escaneado”?
Importante para calibrar expectativa: o Guard Detect escaneia texto do corpo e título de páginas e posts no Confluence, e de campos livres do Jira (como Summary e Description). Ele não escaneia anexos, comentários, whiteboards, bases de dados do Confluence ou campos pré-preenchidos do Jira. O escaneamento acontece na criação e atualização do conteúdo — não há “varredura histórica” completa de tudo de uma vez. (Se uma página antiga for atualizada, o corpo inteiro é rechecado; em Jira, o alerta acontece quando o campo alterado contém o dado sensível.)
Observação: anexos em Jira, Confluence e Trello são escaneados para malware por mecanismos próprios do Atlassian Cloud — é uma camada diferente de proteção, voltada a arquivos maliciosos, não a “segredos” de texto.
Segurança que conversa com governança e valor
O Guard Detect ajuda a contar essa história em três linhas:
Governança visível: Você centraliza sinais de risco, usa audit logs para reconstruir o que aconteceu e reduz a “TI paralela” (descobrindo produtos Atlassian fora do radar). Isso conecta segurança a controle operacional.
Tempo de resposta: Com insights e alertas centralizados, o time age em minutos, não horas, e o retrabalho cai. É a métrica que mais pesa quando o incidente custa caro por minuto.
FinOps aplicado à segurança: Você mede o impacto real: incidentes evitados, horas poupadas em investigação, redações realizadas e exports suspeitos bloqueados ou investigados. Junta isso ao custo da licença e do setup e mostra retorno com clareza. (A página de preços ajuda a projetar o investimento por plano.)
Uma fórmula simples para medir o ROI é (Incidentes evitados x custo médio por incidente) + (Horas poupadas x custo/hora) – (licenças + setup).
Se você não tiver histórico, rode um piloto de 30 dias e trate o período como amostra.
Um plano de 7 passos para colocar de pé — sem drama
Ative o Guard Detect na organização: Precisa ser org admin e ter Guard Premium. Esse é o começo para ter visão em toda a organização.
Escolha as detecções padrão: Revise as categorias de atividade de usuário e varredura de conteúdo e ative o que faz sentido para o seu risco atual. Menos é mais no primeiro ciclo.
Crie 2–3 detecções personalizadas: Termos internos, siglas de projetos, codenames. É o “tempero” que aumenta assertividade e reduz o ruído.
Defina o destino dos alertas: Comece com Slack/Teams + um projeto no Jira para triagem. Se você usa SIEM (ex.: Splunk), já conecte para consolidar sinais.
Automatize as primeiras ações: Crie regras simples: abrir issue, atribuir ao dono da página/issue, marcar severidade, notificar o canal certo, habilitar a redação com confirmação. Isso encurta MTTA/MTTR.
Treine o time em 1 hora: Mostre como ler um alerta, quando redigir, quando escalar, e como documentar a resposta. A curva é curta porque o fluxo acontece nas ferramentas que eles já usam.
Meça por 30 dias e ajuste: Acompanhe: número de alertas, % acionáveis, tempo até o primeiro alerta após a ativação, MTTA/MTTR, e casos de “quase-incidente” que vocês evitaram. Use isso para calibrar detecções e automações no mês seguinte.
O que não prometer (e por que isso é bom)
Toda solução séria tem limites claros — e isso ajuda a manter confiança com as áreas de negócio.
Plano e escopo: o Guard Detect faz parte do Guard Premium e roda no nível da organização. Você não precisa “ligar por site”, mas precisa planejar o rollout com governança.
Onde funciona: não está disponível no Atlassian Government Cloud.
Retenção de alertas: 180 dias. Se precisar de retenções maiores, direcione para o seu SIEM/armazenamento.
Escopo de varredura de conteúdo: texto de páginas/posts do Confluence e campos livres do Jira (na criação/atualização). Não varre anexos nem comentários (para anexos existe a camada de antimalware do Atlassian Cloud, que é outro tipo de proteção).
Ambientes híbridos: se você tem Data Center além do Cloud, há integração do Guard Premium para estender cobertura — avalie caso a caso, pensando em pessoas, processo e ferramentas.
Como melhorar a qualidade das suas entregas
Se você lidera TI em uma empresa grande, com time enxuto e metas agressivas, a proposta é direta:
Menos sustos para o cliente: detectar sinais precoces corta o efeito “o cliente avisou primeiro”.
Menos horas em investigação: o alerta vem com contexto, e as automações já abrem o caminho.
Governança que o conselho enxerga: risco sob controle, política que sai do papel e indicadores que fazem sentido — não só “número de alertas”, mas incidentes evitados, tempo de resposta e exposição reduzida.
Crescimento com segurança: times seguem produzindo em Jira/Confluence com confiança; dados sensíveis aparecem e são removidos rápido; integrações continuam, mas com faróis acesos.
Perguntas que vão surgir (e como responder)
Isso vai encher a caixa com alertas?
Comece pequeno. Ative os detectores que cobrem suas dores prioritárias e crie 2–3 detecções custom de alto valor. Com automações simples (abrir issue, mencionar dono, aplicar severidade), o volume vira fluxo, não ruído.
Dá para apagar o que é sensível com segurança?
Sim. A redação remove o texto e coloca uma barra sólida no lugar. Não é reversível — exatamente para reduzir risco de exposição futura.
E se o problema estiver num anexo?
O Guard Detect não lê anexos para “segredos” em texto, mas o Atlassian Cloud escaneia anexos para malware. Para segredos em anexos, use políticas de processo (evitar anexar credenciais) e ferramentas complementares se fizer sentido ao seu risco.
Como isso aparece para o time?
No mesmo lugar onde eles já trabalham: Slack/Teams para aviso, Jira/Opsgenie para coordenar, SIEM para visão corporativa. Quanto menos “troca de tela”, maior a chance de resposta rápida.
Para que você possa se aprofundar ainda mais, recomendamos também a leitura dos artigos abaixo:
- Proteja sua equipe com o Atlassian Guard Premium
- Segurança e privacidade de dados: Saiba como se prevenir de eventuais ameaças
- Descubra por que a Atlassian está entre os principais fornecedores de software de gestão de TI
Conclusão
Antecipar incidente é tirar o cliente do centro do problema. Com o Guard Detect, você ganha olhos sobre eventos e dados sensíveis que importam, conecta alertas ao fluxo do time e mede valor em indicadores que o conselho entende. O resultado aparece onde dói: menos crises, menos retrabalho, mais confiança para crescer.
Se o seu próximo passo é sair do discurso para a prática, siga o plano de 7 passos, rode um piloto de 30 dias e leve os números à mesa. Segurança e governança são, no fim do dia, sobre evitar surpresas. Surpresa boa é quando o cliente nunca chega a notar que havia algo a ser notado.
Esperamos que você tenha gostado do conteúdo desse post!
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